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segunda-feira, agosto 03, 2009

Bobby Robson imortal (Vénia Feita)

Bobby Robson imortal

Óbito Último "gentleman" dos estádios deixa marca indelével no futebol mundial. Ex-treinador do Sporting e do F. C. Porto faleceu de cancro aos 76 anos

2009-08-01


Bobby Robson não morreu ontem. A herança do homem derrotado pelo cancro e falecido aos 76 anos deixa uma marca indelével no futebol mundial. E também em Portugal. Treinou o Sporting e foi bicampeão no F. C. Porto.

"Typical Joao Pinte. Cente e vinte per cente...". De tiradas como esta também se construiu uma individualidade muito própria, uma ilustre personalidade, que encantava a todos por onde passava. Portugal conheceu-o em 1992, quando chegou a Alvalade para treinar o Sporting. E de onde foi despedido, após uma penosa eliminação da Taça UEFA. Mesmo com a equipa leonina em primeiro lugar no campeonato, Sousa Cintra indicou-lhe a porta de saída. Corria o mês de Dezembro de 1993.

Despedido daquela maneira só lhe ocorrera no início da carreira de treinador, quando o Fulham o despachou após dez meses de serviço. Em Janeiro de 1994, o treinador inglês logo encontrou colocação. E com o se quê de desforra: mudou-se para o rival F. C. Porto, onde ganhou a Taça de Portugal - numa final com o... Sporting - e onde chegou às meias-finas da Liga dos Campeões, num percurso que ainda hoje relembra algumas das mais retumbantes vitórias dos dragões na europa do futebol, como "aqueles" 5-0 no terreno do Werder Bremen. Seguiram-se mais duas épocas no F. C. Porto, onde se sagrou bicampeão nacional, em 1995 e 1996.

Nessa passagem pelas Antas, onde orientou o "estágio" de José Mourinho, revelou-se, também, outra faceta de Bobby Robson, a do homem resoluto contra a doença. Diagnosticaram-lhe cancro, com o qual travou anos e anos de luta. Até ontem. Numa dessas batalhas, teve de ausentar-se do F. C. Porto, para tratamentos (durante alguns meses, foi substituído por Inácio), mas ainda voltou a tempo de se sagrar campeão nacional, em 1995 e 1996.

Antes de chegar a Portugal, já Robert William Robson - Sir Bobby, assim armado cavaleiro com a Ordem do Império Britânico, em 2002 - era uma das figuras mais marcantes do futebol inglês. Foi com ele que a selecção da Rosa chegou às meias-finais do Mundial de 1990. E foi com ele que a Inglaterra foi eliminada, nos quartos-de-final do Mundial de 1986, no México, após "aquele" tão genial como batoteiro lance de Maradona, que havia de ser classificado nos anais do futebol como "a mão de Deus".

Como futebolista, o avançado internacional inglês (vinte selecções e quatro golos) fez carreira no Fulham e no West Bromwich Albion, nos anos 1950 e 1960. Até que uma sucessão de lesões graves o impediu de jogar o Mundial de 1962, no Chile, e o de 1966, que a Inglaterra ganhou, em casa. Foram essas lesões que precipitaram o fim da carreira do futebolista e o início da do treinador.

No banco da selecção inglesa, que ocupou entre 1982 e 1990, Sir Bobby Robson fez 95 jogos, já depois deste nativo de Sacriston, nascido em 18 de Fevereiro de 1933, se ter notabilizado como manager do Ipswicw Town, com quem ganhou a Taça de Inglaterra de 1978 e Taça UEFA de 1981. No estrangeiro, além do Sporting e do F. C. Porto, treinou o PSV Eindhoven, sagrando-se campeão da Holanda, em 1991 e 1992. E também o Barcelona, para onde se transferiu desde o F. C. Porto. No Nou Camp, ganhou uma Taça do Rei e uma Taça das Taças.

Os últimos anos da carreira dedicou-os ao clube de que era adepto desde criança: foi treinador do Newcastle entre 2000 e 2005, levando duas vezes os "Magpies" à Liga dos Campeões. O último mandato do último "gentleman" do futebol britânico foi como conselheiro técnico da selecção da Irlanda, que teve de abandonar, em 2007, quando a doença se tornou galopante.

É este "tesouro nacional", como lhe chamou Peter Shilton, ex-guarda-redes da selecção inglesa, que fica como legado para o futebol. Morreu o homem, mas fica a obra, imortal.